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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A Pílula Vermelha

A Pílula Vermelha

Você já se sentiu como se não tivesse certeza de que a realidade que vemos, ouvimos e sentimos é verdadeira?

Acordamos todo dia, ligamos a tv, comemos, ouvimos rádio, levamos nossos filhos para escola, vamos para o trabalho, pagamos nossas contas, dirigimos o carro do ano, temos nossa casa própria, tv a cabo e todo ano viajamos de férias para poder compensar todo sofrimento que passamos para conquistar tudo isso. Costumo dizer para meus amigos que boa parte da humanidade dedica quase toda sua vida trabalhando num emprego que não gosta para comprar coisas que não precisa. Todos concordam, mas quase ninguém faz nada para mudar.
Mesmo com toda essa dedicação e trabalho parece que está sempre faltando algo, há sempre um vazio que não consegue ser preenchido. E a televisão, o oráculo da sociedade moderna, nos diz que, para sermos mais felizes, temos que nos desfazer das coisas velhas e comprar, consumir, possuir o novo. A mídia é um instrumento pelo qual nossa sociedade adquire todos esses desejos e conhecimentos. Não obtemos mais o conhecimento diretamente da terra, pois perdemos os contatos com as fontes da nossa sobrevivência. Não cultivamos mais o nosso próprio alimento ou aprendemos diretamente com nossas próprias experiências. Nem temos nossa família como a raiz de nossas opções, basicamente somos como um astronauta no espaço flutuando em um universo metálico desconectados das fontes da terra e somos completamente dependentes de informações que recebemos de lugares longínquos. Talvez isso explique o fascínio dos cientistas da Nasa em tentar achar vida em Marte. Será que eles não perceberam que há vida na Terra?
Estamos mentalmente dormentes. Entorpecemos nossos sentidos da manhã até a noite, seja com o desejo de consumir mais e mais ou pelo cárcere de um emprego que nos trata como escravos em troca de dinheiro para manter todo este ciclo vicioso e destrutivo. Ficamos cegos para a verdadeira beleza. E, se estamos insensíveis à beleza do mundo, então procuramos substitutos.
Eric Hoffer já dizia, “Você nunca pode ter o bastante daquilo que não quer de verdade”, quer dizer, nos ocupamos com o trabalho, viajamos de férias para o Caribe, consumimos tudo o que desejamos, mas sempre há uma sensação de carência, de perda, de vazio.  Essa sensação é porque não sabemos o que perdemos. E o que perdemos foi à beleza do mundo. E a gente tenta compensar isso conquistando o mundo, possuindo o mundo. Só que nesse consumo compulsivo e desenfreado estamos literalmente consumindo nosso limitado planeta. Estamos acabando com o único planeta capaz de prover a nossa vida em todo sistema solar, quiçá da galáxia ou do universo. Basta dar uma olhadinha pelo Google Erth e visualizar as grandes cidades da superfície da Terra. Elas parecem um câncer de pele que se espalha pela superfície do planeta, destruindo sua fina camada natural de vida e transformando tudo em asfalto e concreto. E os rios, que são o sistema circulatório do planeta, estão congestionados de poluentes industriais e dejetos humanos. É possível perceber esta infecção até mesmo na temperatura do planeta, pois a febre é um sintoma do que já está acontecendo. Furacões, secas, derretimento das geleiras, enchentes, são apenas sintomas de que a humanidade está doente. Sim meus amigos, a doença do planeta é um reflexo de uma doença humana. A deterioração do meio ambiente de nosso planeta é um espelho externo de um estado interno. Tal externo, tal interno.
Meu objetivo não é listar razões para vocês entenderem que devemos mudar nossa maneira de pensar, agir, escolher e consumir. Não vai adiantar, pois tenho certeza que todos irão concordar comigo, mas quantos realmente tomarão uma atitude? Na experiência que tive em contatos com humanos civilizados, não adianta discursar, dizer que estamos errados agindo assim ou assado. Tem que haver um esforço pessoal seguido de um despertar interno de cada um.
Bem, vejo que ficou uma série de perguntas e lacunas sem respostas, esta foi minha intenção com este texto. Nestes últimos meses consegui reunir uma série de documentários e filmes que tratam exclusivamente destes assuntos. A página “Pílula Vermelha” terá esta função: citar livros, títulos, resenhas e trailers de filmes que irão ajudar neste despertar interno.
Temos o privilégio de viver em uma era onde a tecnologia faz com que as informações andem tão rápido que mesmo antes do fato terminar já virou notícia em algum site ou blog independente. Isso quer dizer que não vai ser por ignorância que destruiremos a vida que conhecemos no planeta.
Termino este texto com a célebre frase de um homem que não precisou presenciar efeito estufa, destruição da camada de ozônio e derretimento das geleiras para saber o que devemos fazer.
“Um homem deve decidir se vai andar na luz do altruísmo criador ou na escuridão do egoísmo destrutivo” Martin Luther King
Um grande abraço a todos e desfrutem da pílula vermelha, Gardel Silveira.
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NOAM CHOMSKY E AS 10 ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO MIDIÁTICA

O lingüista estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação” através da mídia.

1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES

Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO

Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê?“Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.

6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…

7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE

Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…

9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE

Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!

10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM

No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.
Fonte do texto: Instituto João Gourlart – http://www.institutojoaogoulart.org.br/ - Fonte da ilustração: http://lusitanos.wordpress.com

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